Após a participaçom da Galiza na Assembleia portuguesa para dar a sua opiniom sobre o acordo ortográfico, esta semana produziu-se um outro fito histórico para o relacionamento galego-português. O Parlamento aprovou ontem por unanimidade dirigir-se ao Governo espanhol para «no prazo mais imediato possível» lograr a recepçom das televisões portuguesas na Galiza.
AGAL exige compromissos
A Associaçom Galega da Língua (AGAL) acolhe muito positivamente que se chegara a um acordo unânime sobre esta solicitude. Contudo, a AGAL nom quer cair na euforia e exige compromisso aos representantes públicos galegos, sobretudo logo de algumhas declarações como as de Touriño, Zapatero ou Sócrates na passada Cimeira de Braga (em Janeiro deste ano), que situavam o início do estudo desta solicitude para depois de 2012. Da associaçom suspeitam que a reciprocidade exigida polos grupos parlamentares galegos poda ir, precisamente, no sentido de adiar a recepçom.
«Acordo histórico»
Da Recepçom das Televisões e Rádios Portuguesas na Galiza asseguram acolher muito positivamente este «histórico acordo», e assinalam 9 de Abril de 2008 como «um dia histórico para a Galiza pola transcendência do acordo e o grau de consenso atingido no máximo órgão de representaçom democrática da Galiza». Acham que a recepçom das televisões e rádios portuguesas em aberto no nosso país «vai implicar um salto qualitativo de grandes proporções nas relações sócio-económicas e culturais entre a Galiza e Portugal», ao tempo que «vai permitir notáveis avanços em diversos aspectos da qualidade de vida da cidadania galega».
No entanto, o colectivo, que leva três anos a luitar por um objectivo que desde ontem está cada vez mais perto, insta o governo da Galiza para «iniciar sem mais demora as negociações com os Governos espanhol e português para implementar as soluções técnicas e jurídicas que permitam a recepçom em aberto na Galiza dos canais de rádio e televisom portuguesa, em cumprimento do estipulado pola Carta Europeia das Línguas».
Mais reacções
Para o Movimento Defesa da Língua (MDL), «a anormalidade das relações ibéricas levam a não perceber de que estamos a falar», isto é, «do cumprimento de um tratado do Conselho da Europa, em que os estados parte são periodicamente avaliados». A exigência da Carta consiste em garantir o direito de uma comunidade lingüística minorizada a receber as emissões dos meios de comunicaçom de um estado em que seja utilizada a mesma língua, e o direito desse estado a emitir além das suas fronteiras e, ainda, «garantir o direito dos galegos a ver TV portuguesa e de Portugal a emitir sem que Espanha possa fazer nada em contra.
Por este motivo, o colectivo considera que a reciprocidade que também se acordou na Câmara galega (surgida de umha proposta do PP), «é uma aberração pois mistura alhos com bugalhos, a não ser que considerem que em Portugal o castelhano é língua regional ou minoritária».
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